De repente,
As portas que se abriam diariamente Se tornaram janelas que ventilam a casa. A casa: Um microcosmo do Mundo. Reflete os anseios de seus habitantes, Os desejos aflitos, Esperando por tempos cambiantes. Essa é a nossa sentença: Sermos integrados novamente à natureza. Essa natureza que foi idealizada, possuída Renegada... E não há contos nem poesias o suficiente Para restabelecer o equilíbrio da mente. Em formas diárias e paradoxais de quarentena, Ando reclusa, pensativa, para além dos muros que nos separam. Devidamente. A humanidade vai se reinventando sem perceber, Um novo normal que vem nos amanhecer, Penetra lentamente sobre o universo dos sentidos, Os olhos atentos, a boca ansiosa e o corpo cansado de viver novos dias contidos, Contados. Eu busco a saída nas palavras Que leio, que escuto, que falo e que (re)penso, Novos significados. Uma força vital, Imponente, Atemporal, Comunicando aos ventos silenciosos do microcosmo, do papel, ou do universo virtual. Junta-se à quietude alheia, Naquilo que não foi dito, Revela o mal do século: Nosso antropocentrismo. Rebeca Capozzi. Mestranda em História das Ciências e da Saúde do Programa de PósGraduação da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz. Atualmente estudo a descrição dos animais da França Equinocial produzida pelos capuchinhos franceses Claude d’Abbeville e Yves d’Évreux. E-mail: [email protected] Os comentários estão fechados.
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AutoresAna Cláudia Teixeira de Lima, PPGHCS/COC/Fiocruz Arquivos
Novembro 2020
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